GEOGRAFIA - PERCURSOS 1, 2, 3 E 4
- Marcos Vinicíus Almeida Delduque
- 26 de fev. de 2020
- 9 min de leitura
Atualizado: 24 de mai. de 2020
1. Podemos dizer que o Brasil é um país de dimensões continentais, porque se formos comparar sua área territorial com a do continente Oceania, podemos perceber que os mesmos possuem praticamente a mesma área. Um aspecto primordial referente ao conteúdo de continentes e países é a lista dos cinco maiores países do mundo, que no caso são estes: 1- Rússia, 2- Canadá, 3- Estados Unidos, 4- China e 5- Brasil.
2. Bem, mas o assunto principal do percurso 1 é o nosso país, então vamos falar sobre ele. Para começar, devemos estar cientes de que o Brasil localiza-se totalmente no hemisfério ocidental-> oeste, porém uma parte dele fica situada no hemisfério norte. É importante sabermos também a localização do país quanto a às zonas térmicas. Maior parte do país situa-se na zona tropical (intertropical), porém uma pequena parte fica na zona temperada, zona que possui média latitude, estando numa área um pouco mais distante da linha do Equador, dando origem a temperaturas mais frias. O Brasil localiza-se no continente americano, precisamente no sul dele.
3. Quanto às línguas presentes no continente americano, ele recebe duas classificações, que são estas:
- América Latina: abrange países com língua neolatina, e situa-se na América do Sul.
- América Anglo-saxônica: formada por países de língua inglesa.
OBS: A diferença entre as duas Américas não é uma regra, pois na América Latina por exemplo, existe a Guiana, um país de língua inglesa, e também o Suriname, de língua holandesa.
4. Como o Brasil possui uma grande dimensão, tem como consequência uma variedade de climas.
5. FUSOS HORÁRIOS: Foram estabelecidos a partir da ideia de que o planeta leva 24 horas para realizar o movimento de rotação. O nosso planeta possui 24 fusos horários, portanto, cada fuso mede 15 graus. Além disso, o Meridiano principal, no caso o Meridiano de Greenwich, serve como referência para o cálculo das horas.
A formação territorial inicial do Brasil, como também a formação da sociedade brasileira e, consequentemente, a construção de espaços geográficos não indígenas, realizada por europeus e por luso-brasileiros, ocorreram entre o século XVI e a primeira metade do século XVIII, durante o período em que predominou o mercantilismo, também chamado capitalismo comercial.
Os interesses de Portugal orientaram a ocupação do território e a construção inicial de espaços geográficos no Brasil. Os conquistadores portugueses em associação com o Reino de Portugal procuraram explorar produtos que lhes dessem lucros por meio do comércio, de acordo com os princípios mercantilistas.
No início da colonização, os portugueses estabeleceram‑se na faixa litorânea, explorando o pau‑brasil da Mata Atlântica. Introduziram a cultura de cana‑de‑açúcar e a produção do açúcar, a cultura do tabaco e a criação de gado, iniciando a apropriação das terras indígenas. Essas atividades econômicas foram responsáveis pela construção dos primeiros espaços geográficos não indígenas no Brasil. Esse processo de construção e reconstrução de espaços geográficos foi contínuo e ocorre até os nossos dias, pois se trata das transformações que a sociedade realiza no espaço em que vive. Ainda no século XVI, os colonizadores organizaram expedições oficiais, conhecidas como entradas, com o propósito de descobrir ouro e pedras preciosas e escravizar indígenas. Partiam de Porto Seguro (sul do atual estado da Bahia) e das imediações de Salvador, levando o povoamento do território para o interior.
O Tratado de Tordesilhas, firmado em 1494, dividiu as terras americanas entre Espanha e Portugal. No século XVII, porém, os portugueses e seus descendentes nascidos aqui ultrapassaram os limites desse tratado, apropriando‑se de terras a oeste que pertenciam à Espanha. O avanço para o interior do continente se deu pelo Rio Amazonas, na busca por drogas do sertão, coletadas por indígenas escravizados. Além disso, a expansão da pecuária ocorreu em direção ao interior, chegando às terras que se localizavam a oeste do Meridiano de Tordesilhas.
Expedições armadas de colonos e de indígenas já integrados aos conquistadores, conhecidas como bandeiras, partiam da Vila de São Paulo em direção ao interior do território. O objetivo das bandeiras era aprisionar indígenas e vendê-los como escravos. As bandeiras também são conhecidas na nossa história como bandeirismo ou sertanismo apresador.
Outras bandeiras, chamadas bandeirismo ou sertanismo minerador, partiam também da Vila de São Paulo e tinham o objetivo de procurar ouro e pedras preciosas. Ocorreram também bandeiras contratadas por donatários, que partiam de Salvador, Olinda e Recife para combater e submeter à escravidão os indígenas que se opunham à conquista do interior, além de ter a missão de capturar negros escravizados que tinham fugido das plantações e destruir quilombos (povoações de escravos fugidos). Essa ação recebeu o nome de bandeirismo ou sertanismo de contrato.
No século XVIII, a economia da colônia tinha se interiorizado ainda mais, criando novos espaços geográficos. Podemos observar na figura 14 que muitos povoados, depois transformados em vilas e cidades, surgiram no interior do território graças à expansão das bandeiras, da atividade mineradora e da pecuária.
Em 1750, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Madri, acertando as fronteiras entre as terras portuguesas e espanholas na América do Sul. Como resultado da interiorização da colonização, em 1822, o Brasil já apresentava praticamente a sua configuração territorial atual. Por meio de tratados e conversações diplomáticas com países e colônias europeias vizinhos, resolveram pendências de fronteiras que ainda existiam. Assim, em 1904, o território brasileiro assumiu os limites fronteiriços atuais.
A partir da década de 1930, novos espaços geográficos começaram a ser construídos e outros foram reconstruídos, impulsionados por acon - tecimentos que transformaram não somente a organização espacial do país, como também sua sociedade. Entre eles, destacam-se:
• a industrialização brasileira a partir de 1930, que se aprofundou entre as décadas de 1950 e 1970, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, e se prolonga até os dias atuais em várias regiões do território;
• a acelerada urbanização decorrente da industrialização, da modernização agrícola e da migração de pessoas do campo para as cidades;
• o avanço da fronteira agropecuária, ou seja, do estabelecimento de áreas de cultivo agrícola e de criação de gado no interior do território, criando novos espaços geográficos;
• o deslocamento da capital do país do Rio de Janeiro para Brasília, em 1960.
Regionalização é a divisão de um território em partes ou em unidades territoriais com base em certos critérios ou princípios: de ordem natural ou física — formas de relevo, tipos de clima e de formações vegetais etc. — e de ordem humana ou social — culturais, históricas, econômicas, sociais, políticas etc. — ou ainda a combinação dessas ordens. Cada uma dessas partes recebe o nome de região. E cada uma dessas partes ou regiões apresenta características comuns. A regionalização de um território depende dos objetivos ou dos interesses de quem assume essa tarefa ou esse estudo.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão do Governo Federal, com base em uma combinação de aspectos de ordem natural e humana (principalmente a econômica), dividiu o território brasileiro em cinco Grandes Regiões, também chamadas de Macrorregiões. Essa é a regionalização oficial do nosso país. Nessa regionalização, os limites das regiões correspondem às divisas territoriais dos estados brasileiros. O IBGE procedeu dessa maneira para facilitar os estudos estatísticos oficiais do país que são de sua responsabilidade (número de nascimentos e mortes da população, produção da agricultura, da indústria, vendas do comércio e de muitos outros dados). De posse deles, os governos municipais, estaduais e federal podem planejar e implementar ações no território para atender às necessidades da população.
Outra regionalização do país define três Complexos Regionais ou Macrorregiões Geoeconômicas: Amazônia, Nordeste e Centro‑Sul. Em 1967, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger adotou como critério para essa regionalização as características econômicas dos espaços geográficos.
Na regionalização do território brasileiro segundo o meio técnico-científico-informacional, as regiões se diferenciam pela densidade de recursos técnicos e informacionais (sistemas computadorizados etc.) ou pelas redes materiais — rede de transporte, fluxo de mercadorias etc. — e imateriais — telefonia, internet etc. —, aplicados às atividades econômicas. Essa regionalização resulta das grandes transformações por que passou o Brasil nas últimas décadas em consequência da implantação de novos meios técnico‑científicos e informacionais aplicados na modernização da agricultura, da indústria e dos serviços.
Os domínios morfoclimáticos do Brasil são classificados em:
• Domínios florestados — formados por florestas naturais: o Domínio Amazônico, o Domínio dos Mares de Morros Florestados (Mata Atlântica) e o Domínio das Araucárias;
• Domínio das formações vegetais naturais herbáceas e arbustivas — Domínio dos Cerrados, Domínio da Caatinga e Domínio das Pradarias (Campos);
• Faixas de transição — correspondem às áreas de passagem de um domínio morfoclimático para outro. Nessas áreas, as características de um domínio se confundem com as de outro. Por exemplo, entre o Domínio do Cerrado e o Domínio da Amazônia, misturam‑se ele‑ mentos tanto de um quanto de outro.
Impacto ambiental deve ser entendido como o resultado de ações que modificam o ambiente, podendo produzir danos, muitas vezes irreversíveis.
Impactos ambientais no Domínio Amazônico
O avanço dos projetos agropecuários causa desmatamento e queimadas, com graves consequências para a flora e a fauna, além de erosão do solo e assoreamento de rios.
Impactos ambientais no Domínio do Cerrado
A garimpagem de pedras preciosas e ouro é responsável por desbarrancamento de margens de rios, seguido de assoreamento e contaminação da água por mercúrio, produto utilizado no garimpo, e por óleo diesel, usado em geradores e barcos. Além disso, o avanço da agropecuária nesse domínio provoca impactos semelhantes aos citados no Domínio Amazônico, com perda de sua biodiversidade.
Impactos ambientais no Domínio da Caatinga
O desmatamento realizado por grupos econômicos e a exploração de lenha para uso doméstico e produção de carvão têm causado a perda de biodiversidade, a erosão do solo e sua “desertificação”. Além disso, a irrigação inadequada tem provocado a salinização do solo.
Impactos ambientais nas faixas de transição: o caso do Pantanal
A garimpagem no Rio Paraguai e afluentes tem gerado impactos já citados no Domínio do Cerrado. Além disso, a pecuária extensiva, ao competir com a fauna nativa, provoca desequilíbrio ecológico, e a pesca predatória coloca em risco algumas espécies.
Impactos ambientais no Domínio das Pradarias
A pecuária nesse domínio é caracterizada pelo elevado número de cabeças de gado por hectare. Isso provoca a compactação do solo, dificulta a regeneração das gramíneas, causa erosão e arenização.
Impactos ambientais no Domínio das Araucárias
Já intensamente desmatado, esse domínio sofre a ação predatória de cortes ilegais de árvores, que ameaça a fauna que restou, além de provocar a erosão do solo e das vertentes e o consequente assoreamento dos rios.
Impactos ambientais no Domínio dos Mares de Morros
Esse domínio apresenta grande concentração populacional. Assim, encontra-se ameaçado pela expansão urbana — inclusive da faixa litorânea — e industrial, o que acarreta a contaminação do solo e dos rios por resíduos domésticos e industriais, a poluição do ar etc. Os impactos sobre os domínios morfoclimáticos brasileiros podem causar a extinção de diversas espécies de animais e plantas. Pensando em preservar os recursos naturais e criar alternativas para o uso consciente deles, foram criadas as Unidades de Conservação.
Todos os domínios morfoclimáticos brasileiros abrigam Unidades de Conservação (UCs). Uma Unidade de Conservação é um espaço territorial com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo poder público, com limites definidos, destinado à preservação e à manutenção da diversidade biológica. As UCs foram instituídas por meio do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Snuc), criado por lei federal em julho de 2000. As Unidades de Conservação podem ser classificadas em dois grupos: as de proteção integral e as de uso sustentável. Observe a tabela ao lado. Na Unidade de proteção integral o objetivo básico é conservar a natureza por meio do uso indireto dos recursos naturais, como a realização de visitas voltadas para as atividades educacionais, científicas e recreativas (como é o caso do ecoturismo). A extração e a comercialização de recursos naturais são proibidas. O objetivo básico da Unidade de uso sustentável é conciliar o uso de parte dos seus recursos com a conservação da natureza. Ou seja, é permitido o uso direto dos recursos (extração e comercialização), mas ele deve ser realizado de maneira sustentável, por meio de um plano de manejo. Além da proteção dos biomas e, consequentemente, da biodiversidade ou da riqueza ou do patrimônio ambiental brasileiro, as Unidades de Conservação da Natureza possuem grande importância para povos indígenas e comunidades tradicionais — ribeirinhas, pescadoras, artesanais, seringueiras etc. —, pois o modo de vida desses grupos sociais possui estreita relação e dependência da natureza. O conhecimento do bioma onde vivem contribui para sua preservação.
As paisagens geográficas mostradas em folhetos e anúncios turísticos, por exemplo, são associadas a mensagens atrativas: “paraíso tropical”, “hospitalidade sem igual”, “povo festeiro e alegre”, “Cerrado de flores exóticas”, “Pantanal, o mais bonito pôr do sol”, “Amazônia, o pulmão do mundo”, além de muitas outras. Em verdade, os folhetos turísticos apresentam apenas um aspecto das paisagens. Não há neles referência sobre a degradação das paisagens realizada pela ação humana irresponsável — desmatamento, destruição da biodiversidade etc. —, e sobre as condições de vida da população que nelas vivem. O estereótipo (do grego stereos, rígido; e túpos, traço) é uma convicção sobre pessoas ou grupos sociais, sociedades, cidades, regiões, países, paisagens geográficas etc. que não está apoiada na verdade, e sim em impressões, generalizações ou conceitos que nem sempre possuem fundamentos na realidade. Assim, é preciso ter cuidado com os estereótipos e, no caso de paisagens geográficas, a melhor forma de compreendê-las e evitar as visões estereotipadas é estudá-las a partir de fontes baseadas em estudos científicos, buscando também mais de uma fonte de informação, para não nos deixarmos enganar pela aparência.
FONTE: BRASIL ESCOLA. Fusos Horários no Enem. FRANCISCO, Wagner de Cerqueria e. "Localização Geográfica do Brasil"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/localizacao-geografica-brasil.htm. Acesso em 26 de fevereiro de 2020.
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